Um moleque arteiro, fi de dona Consuêlo
Seu olhar de maconheiro encantou um feiticeiro
Das terras de Chaval, onde tudo era igual
O sorrateiro feiticeiro fez uma praga pro local
Morreram os gados de fome, destruiu as plantação
O temporal de água salgada acabou com a região
E pro feitiço se acabá, dizia o feiticeiro
Quero o moleque magricela
cujo "óio" era "vermêio"!
E assim surpreendeu a todos do município
Sua mãe não quis o dar, mas foi voto vencido
E o moleque foi levado pra dentro da cabana
ao lado da igreja
Do padre severino
Passou uns quatro mêis, e o povo todo agoniado!
Os curiosos da cidade, num tava acostumado
A ficar todo esse tempo sem nenhuma novidade
Mesmo a notícia mais horrível
correu com velocidade
Quando as escondidas a beata Carolina
"mais" o padre Severino
"perdêro" a virgindade!
Passou mais quatro "mêis"
A história se repete os curiosos da cidade
tava tudo agoniado outra vez
Pois ninguém entendia o motivo
dessa magia exagerada
Quando a porta se abriu
outra praga na cidade foi lançada!
"macumbeiro "sem vergonho"
mentiu pra todo mundo!
Dizia o tio do molequinho
"mais" dois "véio" barrigudo
E com eles a resposta de uma cidade inteira
Sacudindo a barraca
pra "módi" pegar o feiticeiro!
A cabana veio abaixo e a poeira levantou
Com o urro das pessoas o feiticeiro se assustou!
Foi quando em meio ao pó o moleque levantou
Com seus olhos vermelhos ele se pronunciou
"não quero mais viver no meio de "Falsistas"
fingidos e corruptos
Falsos moralistas!
O meu pai é o feiticeiro
e do meu lar ninguém me tira
Nem com puxão de "orêia"
nem na mira da carabina! "