Sou eu, sou eu, sou eu
Deusa negra de padre miguel
A voz do meu planeta fome
Essa verdade por de trás do véu
Sou a revolução da arte
Nessa rouquidão que invade
Quebrando preconceitos
De tortos conceitos
Hoje a favela
Rasga de novo esse chão
Aquarela de uma nação
Invisível porque é
A carne mais barata e sofrida
Lágrima sentida me fez mulher
Dia dos humildes
Noite pra recordar
Lava roupa lavadeira
Conduz meu caminhar
Entre dores e amores
Segui minha sina
Feiticeira dos tambores
Exu, Iansã, menina
Com a lança do guerreiro
Arranquei mordaças e correntes
Sonhei em muitos fevereiros
Eu sei das cinzas renasci
Na solitária liberdade
Saudade tenho dos meus guris
Lá vem o suingue da cor
Independente
Lá vem o verde esperança
Que me faz chorar
Mocidade
Foram tantos anos pra te ver cantar
Meu canto é o Brasil que não se cala
Que é faminto por justiça e vem lutar
Ôh, sou Elza
Vou brilhar, pra vê-la
Resistência que me guia
Ilumina minha vida
Estrela!