A flor que nasce no deserto
Um paraíso perto
Deserto que desejo reencontrar
O vento canta o silêncio
Da terra que não tem cio
Firmamento emana um infindo luar
Revisitar cada paisagem
Viver a estiagem
Que preenche com vazio o caminhar
Aposentar o meu apego
Encontro aconchego
Saciado com a lágrima do olhar
Irrigar meu sentimento na areia
Transformando cada grão em mar
Quem olha meu corpo a se movimentar
Pensa que dissolvi pelo ar
A flor que nasce no deserto
Como escravo liberto
Milagre acima de compreensão
Não sei se ela está a deriva
Mente dispersa e a alma viva
Suor embebe a palma da mão
É valoroso cada ensejo
Estalo ou lampejo
Que brote de um tão árido chão
Faço de ti o meu intento
Oásis no tormento
Alívio na total imensidão