LENDO UM DIA UM POEMA DE UM AMIGO
TENTEI DISFARÇAR MEUS OLHOS TRISTONHOS
DEIXEI EMBALADO O BALÉ DOS MEUS SONHOS
NA FARSA TENTANDO OCULTAR O QUE SENTIA.
O CISCO NOS OLHOS NÃO ME OBEDECIA,
DEIXAVA SANGRAR CACHOEIRA EM MINHA FACE
POR MAIS QUE O POEMA QUE LIA, MARCASSE,
NÃO TINHA MOTIVO PRÁ TANTO ESPANTO,
SÓ VI QUE O POETA JOGOU-SE EM PRANTOS
NUM LONGO SUSPIRO A MUITO GUARDADO.
É RARO NO MUNDO MORTAL QUE ME ENCONTRO,
PODER TER VIVIDO UMA CENA ASSIM.
POR MAIS QUE ACREDITE NOS MEUS QUERUBINS
QUE SOLTAM SUAS FLECHAS PRO AMOR SE ESPALHAR
EU JURO QUE NUNCA NO MEU BEM NOTAR
NOTEI UM TAL FATO QUE ADMIRASSE
DE VER UM POETA MOLHANDO A FACE
POR CAUSA DE UMA FRASE QUE AO LER O TOCOU.
AGORA PERGUNTO, SE VOCÊ NOTOU
NA LÁGRIMA O DESEJO QUE NELE RENASCE?
TERMINO A ESCRITA QUE FAÇO AGORA
PENSANDO NO BEM QUE UM POEMA NOS FAZ
POR MAIS QUE NÃO VIVA O PODER DO POEMA
VIAJO NA MÁGICA QUE SÓ A LEITURA É CAPAZ
VIAJO DE BARCO, A PÉ OU VOADO
NAS ASAS QUE O MEU PENSAMENTO ME TRAZ,
DESCUBRO UM MUNDO REPLETO DE SONHOS
E CONVIDO VOCÊ A SONHAR MUITO MAIS...
Paulinho Jequié/Walter Lajes.