Sonhar o hoje é coisa de menino,
Corre na veia o sangue nordestino
O tempo corre e a vida nos ensina ai, ai!
Lembranças voltam num talvez!
Deserto sou eu.
Caminho longo em passos de boiada,
Vago no escuro sou eu, tudo ou nada!
Cheiro de flor que um dia amanheceu ai, ai!
Fruta sem cor que ainda não caiu,
De tanto esperar.
O doce amargo da velha cantiga ai, ai!
Na voz que canta mansa ou ferroz.
Sinal fechado em plena avenida,
Água da fonte que se faz amiga,
Se eu fosse um pássaro andaria triste ai, ai!
Seu fosse deus, não morreria,
Azul é o teu mar.
A minha caça é um animal ferido,
Espero ter coração de bandido.
Na solidão canto a minha sina ai, ai!
Na escuridão sereno a minha luz,
Que um dia morreu.
Tuas promessas pela longa estrada ai, ai!
Meu riso ao som do vento no amanhã.