Dizem que a favela é produto do mal
Depósito da pobreza, fábrica de marginal
Uma doença sem cura, um problema social
E que quem mora no morro, não passa de animal
Mas deixa falar qu’e isso é tudo imoral
Não traduz a verdade de um povo bem legal
Que é sofrido na dor, alegre no carnaval
Essa história que eu conto, não é ficção, é real
Sargento barbosa é o primeiro da lista
Era envolvido com tráfico, agora é da milícia
Subordinado às ordens do capitão garcia
Ele passa o dia no morro, em vez da delegacia
Venda de gás, gatonet, e ainda tem a propina
Cooperativa de van, esse é o ouro da mina
Se vacilar, vai pra vala, a sua lei determina
Onde é que vamos parar com essa carnificina
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
Vejam como é complicada essa vida de artista
Fugir dos paparazzi, assédio da mídia
Mas rodrigo casanova dá suas escapulidas
E na subida do morro encontra as fãs preferidas
Maria juana, camila do pó
Stephany crack, judite loló
Já comprou até um barraco pra podê-las encontrar
A vizinhança já não sabe onde isso vai parar
Agora eu vou falar de um tremendo vacilão
Que não sai lá do morro em época de eleição
É o candidato prometeu, sujeito muquirana
De tijolo a dentadura, é assim que ele te engana
Beija idoso e criança, promete esperança
Quem acredita vota, e quem vota dança
Depois de eleito é que se sabe a verdade
Nunca mais pisou no morro, nem na comunidade
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
Ainda não falei sobre essas duas pessoas
Marcelo bam-bam-bam, letícia villas-boas
O playboy é viciado, a patrícia é cinderela
Ele já vendeu o carro, e ela pensa que é novela
A família todo dia busca eles na favela
A namorada do bandido, e o noiado que é seqüela
A mãe diz na tv que o morro é o culpado
Os jovens são as vítimas e lá tá tudo errado
Já falava aquele verso, o morro não tem vez
O preconceito continua semeando insensatez
Sociedade em passeata, é tudo jogo de cena
Jornalismo explorador, olha o programa do datena
O governo é omisso, faz sua parte no esquema
E a polícia? hum, é a escória do sistema
Enquanto verem o morro como foco do problema
Muito sangue vai jorrar como se fosse no cinema
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
E eles não moram no morro, mas não saem de lá
E eles não moram no morro, mas não saem de lá