O meu rap não é só samba, pois ele tem
Um Quê de Malandragem
A minha ginga é de bamba pois ela traz
Um Quê de Malandragem
E vagabundo não me engana pois tenho mais
Um Quê de Malandragem
Meu respeito eu fiz sem grana pois sempre usei
Um Quê de Malandragem
Um quê de malandragem, Um quê de poesia
Um quê de amizade, um quê de simpatia
Seguindo a trajetória, independente de conquista
Vivendo intensamente os momentos de minha vida
Um quê de malandragem, Um quê de poesia
Um quê de amizade, um quê de simpatia
Conquisto o meu espaço, mato dez leões por dia
Sou irônico, ágil, tudo que se não queria
Um quê se faz presente sempre na minha mente
Quando uso versos ao invés de pentes
Um quê que é diferente quando eles sentem
Que você é bom, mas é Baixada Fluminense
Um quê que há nisso gente, pra quê quebrar corrente
Fechando sempre portas, mentindo covardemente
Um quê de deprimente quando se constata
Que no nosso meio há muito canalhocrata
Mas isso não rebaixa, nem me esculacha
Eu faço minha história mesmo à base de pancadas
Por que sermos distantes e muito intolerantes
Brigando com aquele que também é semelhante
Mas sigo adiante com pensamento avante
Verdadeiro jogador não vivo de rompante
E chego com vontade, o meu rap não é viagem
Eu não comprei passagem mas eu sempre usei
Um quê de malandragem, Um quê de poesia
Um quê de amizade, um quê de simpatia
Seguindo a trajetória, independente de conquista
Vivendo intensamente os momentos de minha vida
Um quê de malandragem, Um quê de poesia
Um quê de amizade, um quê de simpatia
Conquisto o meu espaço, mato dez leões por dia
Sou irônico, ágil, tudo que se não queria
Um quê que você quer, um quê que você tem
Um quê que você faz, um quê, donde cê vem
Te tratam diferente como se fosse ninguém,
Mas cê não é otário pra receber desdém
Simbora comigo que eu te levo mais além
Meu hip hop é mais então sobe no trem
Conversa com Neruda, escuta o Cartola
E sente a poesia e o samba de Noel Rosa
Não fique acanhado e muito menos prosa
Quando se encontrar com Guimarães Rosa
Aí cê tá de boa, sentiu que nos meus versos
Há muito do Pessoa, Bezerra, Moreira, do Brecht
Isso é evolução pro nosso rap
Pevirguladez influencia os moleque
A não viver apenas de internet
E consumir cultura que engrandece
Pra conhecer de fato grandes mestres,
É isso que enriquece, não jogo confete,
Produzo e atuo no meu próprio set
Encaro diretor, professor, coordenador
E mostro para eles que o rap tem seu valor
Que tem sua história que tem sua missão
Que pode construir junto com educação
Um futuro de respeito, progresso, união
Fazendo com isso, a sonhada revolução
Sangue bom, então atura, nova literatura
Nunca me confunda com os que tão na rua
Poesia, mambo, identidade
O meu rap é diferente pois ele traz
Refrão 2x