Estou sentado numa cadeira á horas, a escrever poesia,
Já nada flui como dantes, já nada surge como surgia,
Penso, nos momentos puros de estupidez que perdi,
Reparo, que por ti, sinto o que por ninguém senti
Foi o fim, agora já não há volta atrás,
E riu p'ra me perdoar, se fiz tudo o que fui capaz,
Mas nada valeu, o teu sentimento morreu,
Juras-te melhor amizade, mas essa desapareceu,
Nunca pensei, estar perdido, não olho pela janela,
Eu olho p'ras estrelas, reparo, tu és a mais bela,
És a maior, és a que brilha mais,
Seguras-te no meu sentimento, tu sabes que não cais,
Foram erros que agora o meu presente finta,
Rasgas-te a foto que te dei, acabou feita em cinzas,
Se te visses em folhas com o teu nome, foi até acabar
a tinta,
Caiem agora lágrimas, consomiram a tinta,
Refrão:
Morri a escrever poemas, esta é a última,
A minha mente sente-se culpada, ela própria me acusa,
Agora sinto o negro que deixas-te quando parti,
Este é o desenho que eu nunca colori,
São 3's e meia, o sono nunca mais chega,
E o tempo até partir, repara, ele se escasseia,
É a última, eu avisei, sentes a minha raiva,
sente cada rima que a minha mente dispara,
A nova caneta, comprei, começa a falhar,
A luz que acendes-te começa agora a apagar,
Já nem te lembras de mim, tu já nem sabes quem sou,
Já não me fales, e dizes que tudo mudou?
Eu sei que mudou, e sei que entre nós não resultou,
Agora ignoras e evitas usar tudo o que te dou,
Passas pelo meu contacto, tás preste a apagá-lo,
O tempo e o espaço mudou, e eu não pude evitá-lo,
Levei um estalo da realidade, mas a ilusão não sumiu,
O terror ainda perdura, puta, já me consumiu,
Esta é a última carta que te escrevo em tom de
segredo,
Vou-me deitar, amanhã tenho que acordar cedo,
Refrão:
Morri a escrever poemas, esta é a última,
A minha mente sente-se culpada, ela própria me acusa,
Agora sinto o negro que deixas-te quando parti,
Este é o desenho que eu nunca colori,