Catarina, filha de Manoel da Ilha
Tinha um boi dançador
Pro boizinho que dançava
Catarina dava todo o seu amor
Brilho e blush, laços e fitas de cor
Catarina e seu boizinho dançador
Bailando no quintal
Certo dia, Catarina, coitada
A menininha, sentiu foi dor
Acordou doidinha pra dançar
E foi caçar o seu boi dançador
- Vem meu boi dançador!
Mas levaram o seu boizinho dançador
Pras bandas do litoral...
- Levaram meu boi pra farra!...
Pobre correndo com pedra e com faca na mão
Menino gritando “Pega!”
Periferia, cachaça, olha a pedra, olha a faca
Puxa o rabo do boi, “Pega!”
É farra do homem, é farra do boi
Catarina, na periferia
Atrás de seu boizinho dançador
Chegou no final da farra
Chorou sobre o seu corpo morto
Mas veio um pai-de-santo benzer
E o bicho danou-se a dançar
Porque era um boi-de-mamão
E esses tipo de boi teimam em ressuscitar
Catarina e seu boizinho dançador
Entrou por perna de pato
Saiu por perna de pinto
Essas estórias do povo eu gosto,
Aumento, mas não minto!