Existente, porém hesitante
Displicente e um pouco distante
Viajante desterrado de suas reais condições vigentes
Aqui na terra, onde ninguém erra - terra infértil
mentes dormentes
A pureza, o tolo encerra, dando lugar à beleza aparente
Nas distrações plantadas
Nos hábitos humanos, cotidianos
Repletos de enganos, cujos danos ainda não reparamos
Nas distrações plantadas, nos hábitos humanos, cotidianos
Repletos de enganos
cujos danos ainda não reparamos, não
Todos os dias, por novos remédios, fórmulas e unções
vão fabricando o medo e vendendo ilusões
Entorpecendo a razão, desligando o poder de decisão
sobre a própria opinião, inebriando as formas de agir
Já não consegues mais distinguir nada
Distrações plantadas, nos hábitos humanos, cotidianos
Repletos de enganos, cujos danos ainda não reparamos
Nas distrações plantadas, nos hábitos humanos, cotidianos
Repletos de enganos
cujos danos ainda não reparamos, não
Abra os olhos, irmão!
Jamais emudeça, nem esmoreça, e não esqueça
que tu é o dono do caminho
tu tens a direção na mão, mano
Abra os olhos, abra os olhos irmão!
Eles não querem te curar, mas querem te vender
Não, não, não, não querem te ensinar
Mas querem te entreter
Pra que esqueça de si mesmo e só reproduza o que vê
Nas telas, nas falas das novelas
Nas salas suntuosas, manias cobiçosas
Tão diferentes da realidade da gente
Nos discursos prontos - insuficientes
Nos hábitos humanos, cotidianos, repletos de enganos
Cujos danos ainda não reparamos
Abra os olhos!