Ela pede o fim à dor
Ele mora ao lado do amor
Quanto amargo é o sabor
De mais um dia gasto sem cor
No trabalho de hora esforçado
E nem sequer um louvor
E a pergunta guardada
O que é feito dessa vida?
Tão bem prometida
E aqueles que ao nascer
Trazem a sina do perder
Ganham as vidas já desfeitas
Fogem de si, as suas essências
E soltam-se gritos roucos
De quem se perde aos poucos
Sem vontades nem gostos
Que a vida é pr’os outros
Vivem-se luxos e ovações
E ali à esquina há gente aos trambolhões
Há quem procure lixo ao jantar
Sem jeitos de ver a vida mudar
Como perdidos no mar
Sem forças para remar
Não há regras, não há piedade
Andamos às cegas devido à proximidade
E há quem tenha à sorte
De já ter um suporte
Enquanto alguns ama a sorte
Traz o descanso da morte
E que nãos e demore
Que a dor já é bem forte
Ela pede o fim à dor
Ela mora ao lado do amor
Que amargo é o sabor
De mais um dia gasto sem cor
E soltam-se gritos roucos
De quem se perde aos poucos
Sem vontades nem gostos
Que a vida é dos outros