Como se fosse o Deus do meu mundo
Não quero ser só mais um taxado de vagabundo
Oprimido, surdo e que fica mudo
Esse tipo de omissão eu não aturo
Não sei se vou perder
Nem sei se vou ganhar
Mas tenho certeza
Que vou sempre me aprimorar
Caindo com os problemas
E me erguendo logo após
Eu vou cantando
E seguindo a minha voz
Uma voz que jamais se calará
Para a sua repressão
Só vai me dominar
Se for dentro de um caixão
Sem medo, sem problema
Nem ódio, nem rancor
Mas sempre evitando
Que cause alguma dor
Porque o mato seco um dia me ensinou assim:
Eu não quero pra vocês o que eu não quero para mim
Então é assim que eu vou seguir a minha vida
Mas não vou desejar que sua alma seja perdida
Também quero comprar minha passagem, sair daqui
Ganhar minha liberdade
Porque se ela fosse só alucinação
Eu não ia ter o poder da opção
Porque eu tenho, devo e vou sair voando
E aproveitar a liberdade que me restou
A liberdade que me fomentou
Disseque um ser humano e verás essência de rebeldia
O problema é que o sus não alivia
E o tráfico convida
A vida é oprimida via satélite
Em hd, caixa preta de imagens coloridas
Eu queria dizer que como coração perdido
Na grande babilônia e sem sentimento
Aquilo que te ilumina e purifica é a chuva
Mas pra chuva hoje tá sem tempo
Cada qual no seu canto, na terra rola a discórdia
Na vida foge do pranto, no inferno tem muita história
Quem muito precisa de concreto, mete os burro n'água quando percebe
Que o abstrato é o que tá mais perto, daquilo que te remete
Ao que não se pode ver, aquilo que só pode se sentir
Certezas existem para crer, incertezas fazem descobrir
Que o mundo já era assim, quando a gente chegou
Um ano a mais, mais perto do fim, vontade de voltar ao que passou
Se contenta com o que sobrou, várias fita, de nada adianta agora
Dinheiro vai, novos amigos vem, o que se busca está lá fora
Mulheres que apareceram, momentos que não vão voltar
Talvez nem sempre estivesse certo
Mas sempre ajudando pra poder somar
O mapa eu não tenho, mas do lugar de onde venho
Desde pequeno já se aprende, não falhe no seu receio
Boas pessoas existem, mas nem todo dia a gente sabe
E fica sem esperança, antes que o dia nasça a gente parte
Busca a resposta, e mais uma vez vê que é difícil
Mas antes tentar e não conseguir, do que ser mais um submisso
Submetido ao que não gosta, guiado rumo a fossa
E o corpo entorta, já faz mó cota, mas quem disse que importa?
O que importa de verdade, no momento que não se atrase
Sem alarde, pioiage, perto da elevação e longe da maldade
Mas o que você imaginava? Que invadia minha mente
Enquanto a água gelada minha pele tocava?
As vezes a vida é dura, no teatro dela a gente atua
Encontrar um amor de verdade e não só mais uma puta
Meu grito foi calado, meu peito já tá apertado
Eu vou gritar, me libertar, antes que a liberdade seja só passado!
E essa é só uma parte do problema
Não peço para que se renda
Só quero que entenda
Que aquilo que cega a visão é a vontade
Além da montanha eu vou chegar
Eu só não posso mais esperar
E a babilônia cairá!
Composição: Rasmi / Derp