Mergulhei num sonho,
e nele havia um campo
onde as flores da manhã,
todas amarelas,
cantavam canções de alegria.
Tentei cantar mas minha voz,
rouca, desafinava.
O céu era de um azul prateado
como se houvesse luz em suspensão
além da luz do sol.
Luz que irradiava de tudo.
Minha cor destoou da cor.
Acima, na colina
a relva bailava embalada
pelos ventos sempre constantes.
Por um instante procurei abrigo
mas não havia.
Não havia mesmo necessidade de abrigo
pois não havia motivo
para abrigar-se.
Desse campo ganhei uma flor.