Hoje acordei com um pensamento,
Um pensamento meio diferente.
Busquei a lembrança escondida no tempo
De quando os amigos iam à casa da gente
Sem aviso ou cerimônia.
A conversa jogada fora,
Ou mesmo o silêncio de alguns minutos,
Estudar para a prova de amanhã,
Ouvir o novo compacto da madona ou do queen...
O motivo a gente inventava,
Como inventava romances,
Inventava explicações...
Aquela nota da prova foi porque o professor
Disse que ia cair uma coisa e caiu outra.
Quem caia éramos nós! “que nem” patinhos!
Mas a gente sempre se levantava.
A “coisinha” gostava de mim.
Eu gostava daquela “outra”.
Aquela ali, a loirinha, ao lado da de shortinho.
-viu?
Isso era tão importante e tomava tanto pensamento.
Ela nunca soube.
Muitas recíprocas podem ter acontecido.
Quando chegava em casa por volta das 19h
A montanha de comida exalando um aroma delicioso
Estava à espera pra ser devorada.
Quanta fome!
Bem que a campainha poderia tocar agora,
E ao abrir a porta estar ali um pedaço do passado,
Que veio pra me visitar, sem aviso ou cerimônia.