Percorrendo por este brasil
Vejo coisas que me fazem chorar
A fumaça entrando nos olhos
É o fogo diante do olhar
Animais procurando a saída
Pois a chama invade seu lar
O homem não enxerga a beleza
Sem piedade destrói a natureza
Em busca de muito dinheiro
Ignora a verdadeira riqueza
Desfazendo do que Deus lhe deu
Joga fora o que sempre foi seu
Eh, aroeira, não existe mais neste lugar!
Eh, azulão, o seu canto não posso escutar!
Mata virgem tombada no chão
É dinheiro, é fortuna na mão
Terra seca não tem mais nascente
É o fim de uma água corrente
O pobre não tem compaixão
Não respeita sua própria nação
Espero que não seja tarde
Para todos poderem acordar
Proteger tudo que é seu
Ao invés de sacrificar
E amar todas criaturas
Pois a vida não pode acabar
Eh, aroeira, não existe mais neste lugar!
Eh, azulão, o seu canto não posso escutar!
(Nos olhos verdes do seu filho, a lágrima
É a última nascente que restou
A fuga de um lugar deserto, a esperança
De encontrar a terra que uma criança ainda não chorou)