A Pampa é um país com três bandeiras
e um homem que mateia concentrado,
seus olhos correm por sobre as fronteiras
que o fazem tão unido e separado!
A Pampa é um lugar que se transcende,
fronteiras são impostas pelas guerras;
“y el gaúcho”, com certeza, não entende
três nomes, três brasões pra mesma terra!
O campo a se estender, imenso e plano,
alarga o horizonte “mas allá”...
Talvez seja por isso que o pampeano
enxerga além... De onde está!
Assim é o povo fronteiro,
tropa, cavalo e tropeiro
vão na mesma vez...
Pátria e querência na estampa,
somos um só nesta pampa,
mas se contam três...
Por que se contam três?
Meu verso vem de Jaime e Aureliano,
de Rillo e Retamozo – um céu azul!
Sou Bento e Tiaraju, heróis pampeanos
da forja desse Rio Grande do Sul!
A voz vem de Cafrune e canta assim,
a rima de Lugones, minha sina,
e a fibra de Jose de San Martín;
a História é quem me inscreve na Argentina!
Meu canto vem de Osíris, voz antiga
da Pampa que em meu sangue não se esvai...
Comigo vem Rivera, vem Artigas...
Legenda eu sou... No Uruguai!
Rumos dessa Pampa Grande,
viemos dos versos de Hernandez,
somos céu e chão...
Todo o pampeano, sem erro,
tem muito de Martin Fierro
pelo coração...
Dentro do coração!