(Jorge Marcelo - Zelito)
E o sol já não brilha
As flores sem perfume
Natureza ausente
Numa vigília a fora, oi
Numa vigília a fora
Numa vigília a fora
Um pandeiro calado
Um cavaco quebrado
Um apito entupito
Um surdo sem marcação
Uma sandália esquecida
Num terreiro vazio
Uma vela se apaga
Num pires cheio de pó
Uma mosca enjoa
Há mal cheiro na vala
Pano sujo na mesa
Toalha que limpa a cara
E se falar a verdade
Das coisas tristes da vida
No peito tristeza é que dói
Assim eu levo meu canto
Sangrando em desencanto
E se me alerto pra vida
É obra de puro espanto.