Aquela velha fragata, abandonada no cais
É a imagem que retrata
Algo que não volta mais
Tão velha como o arrais
Que a contempla entristecido
E à noite chora no cais
Saudades do rio perdido
Velha fragata que o tempo mata presa no cais
Já não te vejo enfeitar o Tejo com teu arrais
As tuas velas outrora belas cheias de vento
Pareciam aves em voos suaves
Rasgando o tempo!
Ao sol, à chuva e ao frio
Tempestades e infernos
Na rude faina do rio
Lutaram setenta invernos
Sem reforma que os sustente
No pior dos temporais
Vão morrendo lentamente
A fragata e o arrais
Velha fragata que o tempo mata presa no cais
Já não te vejo enfeitar o Tejo com teu arrais
As tuas velas outrora belas cheias de vento
Pareciam aves em voos suaves
Rasgando o tempo!