Andei por vielas
Às ginjas com elas
Só por bagatelas
Que me dão saudade
Senti-me na fossa
E para fazer mossa
Como um casca grossa
Bebi à vontade
Bacalhau às lascas
Em todas as tascas
Com os gajos mais rascas
Andei misturado
Meti-me no tinto
E depois do quinto
Talvez por instinto
Cantei o meu fado
E ainda há quem diga
Que isto é cantiga
De gente ralé
Era antigamente
Porque eu cá sou gente
Muito boa até
Que importa o que dizem
E os que maldizem
Até com desdém
Se hoje já se vê
A malta yé-yé
Cantar o fado também
É quando sofremos
A sós, que devemos
Expandir o que temos
Cá dentro de nós
E para o fazer
Se for para esquecer
Tanto faz beber
Como usar a voz
Se não for defeito
Não ter preconceito
Estou no meu direito
Com todo o juízo
E quando quiser
Cantar ou beber
Assim vou fazer
Quando for preciso