Tem dias que me arreganho
noutros, me desconheço
me pulverizo
jogo no cesto todo e qualquer sentido
me sofistico
desvendo os nós do meu próprio avesso
Tem dias, me apanho arisco, não me convenço
noutros, me desminto
me surpreendo dinamitando a volta das pontes
que eu atravesso
Tem dias que eu penso
quanto mais épico, mais íntimo
depois, sem jeito, eu mesmo me desconverso
Tem dias, cabaré
noutros, convento
e retiro o que sinto, assim
subindo meu preço