Blindado por essa emoção
Na qual me calo
Dopado ...
Por esta sensação que toma o quarto
Regresso ao passado
Por atalhos conhecidos
Um álbum de retrato
Um marca paginas de livro
Tua dedicatória na capa
Em manuscrito
Seus votos mais sinceros
Abril de 95
É uma e cinco da madrugada
Estou sem sono
E já gastei todas
As tentativas de dormir portanto
Me deixe só na poltrona
Encoste a porta
O outono promete estar cheio
De estórias novas
Meu faro jornalístico
Prevê a desforra
E agora me olhas
Com medo que eu vá embora
E pergunta se ainda
Sinto algo por ti embora
Tudo se perca no vazio dessa tristeza
Eu só quero um pouco
De privacidade que seja
Pra pensar nas coisas
E organizar a cabeça
Refrão:
Sei que preferes
Que a razão não me aprenda
Então despreze
Façamos com que eu adormeça
E me preserve
Me entorpeça me aqueça
E me descreve
Me interprete como queira
E fui a lona
Se nomeou a minha dona
Uma leoa
Uma força avassaladora
Dominadora
Maquiavélica insana
Trazendo a tona
Fortificando todo drama
Tão ilusória quanto
Aceitar a teus convites
Em momentânea rápida
Crise de riso
E me coloca em risco
Sentimento culposo
Grande labirinto
Sem amparo consolo
Pra andar em circulo
Sem saída retorno
Me tapando ouvidos
Paralisa meu corpo
Sem que eu permita
Cogita em me dominar
Forte feito ima
Me prende no seu calcanhar
A me castigar
Me fuzilar com magoas
Esperando que eu cometa
Um nobre suicídio
É tempo perdido
No baú da memória
Um desconhecido
A buscar sua glória
Refrão:
Sei que preferes
Que a razão não me aprenda
Então despreze
Façamos com que eu adormeça
E me preserve
Me entorpeça me aqueça
E me descreve
Me interprete como queira