Só... tão só. Em meio ao nada e a escuridão da sala
Ele está a esperar a luz e um véu raiar mais uma vez
E agora o som das três ecoa,
Mas não soa tão forte quanto as gotas que ele tira e a alma aos fios.
E os prantos disparam como a luz até o forro.
Buscando uma saída em direção ao céu.
E o que era bom agora é tão vazio
Talvez porque uma voz já o avisou
Que a linha em que se encontra já chegou ao fim
E, agora sim, já percebeu onde é que está.
Tudo se foi sem explicação.
Lhe fez saltar na Estação Solidão.
É... É muito fácil isolar o seu problema e esquecer pra não voltar mais lá.
Só pra você ter paz. É tão mais cômodo assim.
É confortável não ver e assim se engana ao dizer que só se trata do fim...
De um fardo que não tem mais que levar consigo.
Grave bem a imagem que se tem do fim.
Em frente ao espelho vai se questionar:
- Quem é você se não reflete (quem) alguém que tem o corpo a derreter?
Vai ser mais uma noite onde haverá chuva, choro, ventos de cortar a alma.
E o que era frio agora é tão sutil. Talvez porque ele já se acostumou.
E num piscar se esquece o que passou ali, em um lugar que costumava ser seu lar.
O mundo desapareceu e o abandonou na Estação Solidão.