SOB A LUZ DOS LAMPIÕES
(Sidney Bretanha)
Nas noites lá de fora...
Quem sai da lida puxa um banco, ceva um mate
Chorando em versos se despede pro futuro
Vira o vento, um arrepio, um cão que late
(Assombrações vão percorrendo o pampa escuro)
Nas noites lá de fora...
Tanta paz, tanta fartura, tanto apego
A gente mal termina a bóia e se recolhe
Troteando sonhos – calmaria no aconchego
De relancina um outro tempo nos acolhe
Assim a vida vem em versos, recorridas & andanças
Preparando outras lembranças – gauderiando os corações
Assim da vida me despeço, solitário & errante
Minha infância tão distante – sob a luz dos lampiões
Nas noites lá de fora...
Velho Lauro conta causos e anedotas
Revira o fogo e emudece em seus vazios
A lua cheia, o milho assado, a paz que brota
E a geada fere o pasto a sangue-frio