Declamado
Na fazenda Ponte Alta
Vô contá o que aconteceu
A história de um animal bravio
Que o povo se comoveu
Ele era um burro bravo
Igual este não nasceu
Certo dia no curral
Este fato ocorreu
O burro estava furioso
Veja só o que se deu
O Juquinha vendo aquilo
Pra sua mãe esclareceu
Juquinha muito nervoso
Para sua mãe falou
Vou apartar aquele burro
Que ele é um traidor
Está batendo nos potranco
Eu vou mostrá quem eu sou
Sua mãe virou e lhe disse
Eu te peço, por favor
Esse animal é criminoso
Muitos peões ele matou
E Juquinha não ouvindo
Ali no curral entrou
O seu prato de comida
Lá na mesa ele deixou
Passando a mão num chicote
O burrão ele enfrentou
Na primeira chicotada
O burro lhe enganou
Em vez de corrê pra frente
Pro seu lado afastou
Deu-lhe dois coices na perna
Ali mesmo ele tombou
Assim mesmo rastejando
Rastejando até na porta chegou
Sua mãe tava na porta
E pro Juquinha gritou
Meu filho, venha pra dentro
O burro te machucou
O Juquinha respondeu
Mamãe, mamãe
Aqui firme eu estou
Quero mostrar a esse animal
Que correr dele eu não vou
Quando foi jogar o laço
Um grande golpe levou
Recebendo um coice na fonte
Que ali sem vida tombou
Sua mãe chegou chorando
Vendo o filho ensanguentado
O burro que matou meu filho
Há de ser amaldiçoado
O crime que ele fez
Por outro será vingado
E depois de muito tempo
Com o senhor Moacir Valente
O burro foi negociado
Com bala de carabina
Esse burro foi parado
E pagou pelo seu crime
O cruel burro dourado