No dia vinte e um de maio
A morte veio buscar
Mil novecentos e setenta
Ninguém quer se conformar
Lúcio Rodrigues de Souza
Para melhor recordar
Quem não lembra o Zé Carreiro
Seu nome mais popular
Jamais nascerá um violeiro
Pra ocupar o seu lugar
declamado:
(“Vamos recordar com muita saudade
Alguns sucessos de Zé Carreiro e Carreirinho
Dia vinte de agosto de hum mil novecentos e cinqüenta
Foi lançado o seu primeiro disco na praça
Foi um sucesso nos quatro cantos do Brasil –Canoeiro”)
Domingo de tardezinha
Eu estava mesmo à toa
Convidei meu companheiro
Pra ir pescar na lagoa
Levamos a rede de lance
Ai, ai fomos pescar de canoa
declamado:
(“Em três de abril de mil novecentos e cinqüenta e hum
Saiu outro sucesso de Zé Carreiro e Carreirinho -Pirangueiro”)
Construí o meu ranchinho
Amarradinho de cipó
Na beira do rio Mogi
Lá praqueles cafundó
Naquelas beira de rio
Sem vizinho eu moro só
declamado:
(“Continuemos, dia dezoito de junho de mil novecentos e cinqüenta e dois
Saiu outro disco, quem não se lembra? Deste cururu –Sucurí”)
Me contou um pescador
Que no rio Itararé
Na barranca desse rio
Mora um cobra cruel
Essa cobra quando pia
Tem que ver como é que é
Deixa o povo do lugar
Todo de cabelo em pé
declamado:
(“Outro sucesso que marcou época
Em vinte e três de novembro de mil novecentos e cinqüenta e três –Saudades de Araraquara”)
Eu parti de Araraquara
Com destino pra Goiás
Quando eu vim da minha terra
Atravessei Minas Gerais
Eu passei campinas tristes
Lagoa dos ananais
Os olhos que lá me viram
De certo não me vê mais
declamado:
(“Para encerrar com chave de ouro
Vamos para o dia quinze de outubro de mil novecentos e sessenta
Zé Carreiro compôs uma música que serviu para ele mesmo
Foi a última gravação que ele fez com o seu companheiro, o Carreirinho –Espelho da Vida”)
Peço aos amigos para o dia em que eu morrer
Mande escrever em minha um letreiro
- Jaz um boêmio no sono da eternidade
Deixou saudade para os velhos companheiros
Entre as mulheres que eu amei em minha vida
Só uma fingida que feriu o meu coração
Espero um dia em minha campa ela chegar
Hás de chorar e implorar o meu perdão
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)