Qualquer coisa aqui parece um sonho
Qualquer coisa aqui parece pesadelo
Qualquer coisa aqui é alucinação
Uma vida que me lembro
Uma vida que não é daqui
Lembro do homem que era feliz
Queria ser ele mesmo, foi o que sempre quis
Lembro do homem que não era daqui
Que não era daqui
O acento em sua voz
Uma voz que não era daqui
Ninguém dava notícia do que era emoção
Ninguém da notícia de quem agora era irmão
Ninguém sabia mesmo o que era diversão
Alguém estranhou um sorriso
Sorriso que saiu pela culatra!
Não havia masculino ou feminino
Também não havia a força
Do acaso ou do destino
Não havia raça não havia credo
Tanto fazia a sua cor
Um homem estranho que partiu daquele mundo
E em seu velório ninguém chorava
Não sentiam dor!
Mas me lembro o que todo mundo ouviu
O som da madeira do caixão
Enterra-lo ali mesmo, por que não?
Um arrepio que correu a espinha, quis acordar!
E que lugar era esse?
E que povo era esse?
Era aqui mesmo; só que em 2086