Duas cidades, a que promove e a que destrói
Uma cidade que cresce e outra que morre
A cidade que ama e a cidade que mata
A cidade da saudade e a saudade da cidade
A cidade da paz e a da luta
{E me despeço das montanhas, que ainda me rodeiam
{Bairros, e avenidas, e ruas que não sei o nome
Duas cidades, a que constrói e a que afunda
Uma cidade que evolui e outra que enfraquece
A cidade do bem e a cidade do mal
A praça da cidade e a cidade da praça
A cidade do frio e a do calor
Ainda duas cidades, a que humaniza e a que é humana
Uma cidade sem limites e outra que se perde
A cidade da luz e a cidade que apaga
A cidade do medo e o medo da cidade
A cidade violenta e a da calmaria
Em duas cidades, a que era prosa e a que engana
Uma cidade quase verde e outra quase cinza
A cidade que rural e a cidade que urbana
A cidade da vaidade e a vaidade da cidade
A cidade conhece, e descrimina
E então eramos duas cidades, e nesse estado, somos várias
Os olhos, janelas já se acostumam aos prédios (anti-corpos)
Sinais de trânsito que nos mostram a direção
Ruas, praças, ameaças e trapaças
Nós no vai e vem, quantos vem e vão
Subindo e descendo, becos e segredos
A cisma e o ciúme, ainda vivem nas cidades
E de repente duas cidades, a que fica e a que abandona
Uma cidade que dorme e outra que finge
A cidade mágica e a cidade inimiga
A casa da cidade e a cidade da casa
A cidade que abriga e a que expulsa