Era mesmo absoluta
A verdade de um peixe
Que respira em seu aquário de ilusões
Tão cortejados: o dia pela noite
E a noite pelo dia
A caneta pelo papel
E o papel moeda
A poesia que quase morre
E não
Um pedaço de tecido invisível vou te dar
Faça uma "venda", cubra os olhos
É tão lindo o que se faz com ele
Talvez você volte a ver
Mas não abra tanto os olhos
Sabe-se lá o que vai
Ver
E de olhos bem fechados eu vou respirar
Ver o futuro pelo furo da história
Num tempo sem memórias
Anestesiado de realidade
Nem sinto mais o anzol
E morro pela boca, se fico fora d'água
Respiro fundo
Respiro, fundo, respiro, fundo, respiro
Fundo!