O sertão aonde eu moro parece uma terra santa
A natureza desperta na hora que o galo canta
De manhã eu vou pra roça
Pra cuidar da minha planta
De longe beirando a estrada vejo minha namorada
Caboclinha delicada que bem cedinho levanta
Essa linda flor do campo me
Fascina e me encanta
Pensando em nosso futuro
Minha força se agiganta
Minha lavoura este ano
Não é por contar garganta
Se Deus do céu me ajudar que a chuva não faltar
Minha safra vai lotar meia dúzia de jamanta
Eu sustento o que falo, prosa mole não adianta
Já marquei o casamento pro fim da semana santa
Vou matar quatro garrote
Leitoa eu não sei quantas
Vou fazer um empaliçado bem coberto de encerado
Vai ter violeiro afamado
Pra cantar depois da janta
Pensando em nós dois casado
A minha alegria é tanta
A felicidade dela de tão grande me espanta
Vou trazer a moreninha bem
Pra cá do rio da anta
Esse é meu sonho de amor
Quando chegar esta flor
Tudo vai ter mais valor nesta minha terra santa