Timoteo / Abel
Pagode
O sertão a onde eu moro parece uma terra Santa
A natureza desperta na hora que o galo canta
De manhã eu vou pra roça pra cuidar da minha planta
De longe beirando a estrada vejo minha namorada
Caboclinha delicada quem bem dedinho levanta.
Essa linda flor do campo me fascina e me encanta
Pesando em nosso futuro minha força se agiganta
Minha lavoura este ano não é por contar garganta
Se deus do céu me ajudar que a chuva não faltar
Minha safra vai lotar meia dúzia de jamanta.
Eu sustento o que eu falo, prosa mole não adianta
Já marquei o casamento pro fim da semana santa
Vou matar quatro garrotes leitoas eu não sei quantas
Vou fazer um empaliçado bem coberto de encerado
Vai ter violeiro afamado pra cantar depois da janta.
Pensando em dois casados minha alegria é tanta
A felicidade dela de tão grande me espanta
Vou trazer a moreninha bem pra cá do rio da anta
Esse é o meu sonho de amor quando chegar esta flor
Tudo vai ter mais valor nesta minha terra santa.