Muita gente me pergunta
Por que eu tenho guardado
Um velho carro de boi
No galpão bem conservado
As cangas e o candeeiro
E o cansis lá pendurados
Uma vara de ferrão
E um couro de boi dobrado
Existia na fazenda
Há muitos anos passados
Um preto velho carreiro
Por todos era estimado
O rei de todos os carreiros
Na fazenda do Lajeado
Por isso guardei este carro
Deste carreiro afamado
Me lembro do velho carro
Nas estradas do sertão
A saudade faz chorar
Quando eu entro no galpão
Parece que ainda escuto
Lá no fundo do grotão
Um carro de boi cantando
E os gritos do Pai João
Um carro de boi cantando
E os gritos do Pai João