No jardim do Getsêmane
Uma voz faz ouvir
Corro logo a ver o que acontece ali
E avisto um homem em pranto
A orar com rosto ao pó
Sua angustia ao longe se faz sentir
E me aproximei um pouco
Para ver ainda melhor
Ao olhar pulsou mais forte o coração
Pelo resplendor da lua
Via sangue em seu suor
Que corria face abaixo até o chão
Em suas suplicas ouvir
Dizer assim
Passa de mim
Este cálice, Pai!
E outra vez, ouvi dizer:
O teu querer
Se cumpra em mim,
Amado Pai!
Deixou sua glória para beber aqui
Um cálice de fel
Trocando pelo cálice que ali tem gosto de mel
Para trazer o pecador a si
Com destino ao céu
E de suas mãos receber um troféu
De vencedor
Acordei-me por um instante
Mas de novo adormeci
E sonhei que estava não mais naquele lugar
Mas, ao pé de uma colina, que começava a subir
Atraído por algo que estava lá
Não sabia o que buscava, quando lá então cheguei
E de longe, vi três cruzes fincadas ao pó
E me aproximando, um pouco comovido, então fiquei
Vi o homem que sangrou em seu suor
Dali eu fui transportado
Para um outro lugar
E deparei-me com um túmulo, sem saber por quê
Em sua porta havia uma pedra
Que dizia estar lá
Alguém que um dia deixou de viver
Um anjo resplandecente
Sobre o túmulo desceu
Removendo aquela pedra, fez surgir uma luz
Era alguém em sua glória
Que a morte então venceu
Era o homem que há pouco vi na cruz