Eu sou aquele filho pródigo que se foi
Mas voltou
A casa do Pai em busca do primeiro amor
O mundo colorido que busquei para mim
Não havia e, arrependido, voltei
Pra não ver meu fim
Voltei a sorrir e agora chorar jamais
Tornei a sentir o odor suave da paz
Uma paz que me deu nova inspiração
Renovou o meu cantar, devolveu-me a canção
Andei errante em terras alheias
Fui preso a cadeias
Do mal que eu fiz
Distante de meu pai, de parente
Achei-me indigente
Um pobre infeliz
Sem pão, sem teto, veste ou calçado
Me vi desolado
Meu leito era o chão
Se abriu em meu peito o pranto
Calou-se o meu canto
Se foi a canção
Tal qual um passarinho perdido,
Solitário, ferido
Vivendo a colher
O fruto amargo da utopia
De achar na orgia
O eterno prazer
Meus amigos me desprezaram
Olhei ao meu lado,
Ninguém pra conversar
Sentado triste à margem da estrada
Lembrei-me de casa
Pensei em voltar
Pensando no que o pai dissera
Sobre sua espera
No seu regressar
Decidido a fazer a jornada
Pus o pé na estrada
E comecei a andar
Ainda estava longe de casa
Meu pai que me olhava
Me reconheceu
Correndo abraçou-me ao seu peito
Não vendo os defeitos
Perdão me concedeu