Não me agrada o sabor da graviola
Brilhando de fartura na bandeja
E dada com a mão suja de esmola
Venho dos matos
E do fundo das brenhas
Trago no peito
Marcas de espinhos
Trago no corpo
Cheiro de gardênias
Com tanto céu aberto pras rapinas
Não sei se muita gente ainda percebe
A voz de um simples galo de campina
Não sei se ainda se vê a luz da noite
O diamante longe das vitrines
Brilhando no interior da mina
Venha da flora
E do seio da rua
Trago nas veias planos e futuro
Trago nos olhos
O choro da lua