Dez da manhã esse dia
é um bonde que me guia, sobre curvas e perigos
na lembrança dos amigos
Sobe o morro da alegria, desce a ladeira do medo
viaja ao meio-dia, força crua de um segredo
Esse dia posto ao meio, fio limite de uns olhos
Que me olham passageiros pelas ruas da cidade
Leio as cartas dos leitores nos jornais, a madrugada
Viaja pra muito longe nesse meio-dia a dia
Nesse bonde lembro e esqueço
Tão passageiro é o dia
GRAVAÇÃO DE AMELINHA, Disco "Frevo Mulher", 1979