Sinto-me oca
Quando, a poesia não chega
Cercada de concreto
Arranha céus
Que confundem a visão
Seu eu voar por aí
Será que os aviões cruzarão por mim em círculos
Eu estarei encostada
No parapeito
Com os pés no céu
Pedaços de meu corpo
Perdem-se pelo mundo
Tenho que montar o quebra-cabeça
Ou, aceitar
Viver na fluidez
num corpo sem dono.
Esperar pessoas
Em alguma parte do planeta
Montar meus fragmento do meu eu
Seria tarde
meu corpo já, não é mais meu.
Minha alma está distante
livre
do mundo
Parte do vento
Companhia do tempo
Enamorada com o sol e, a lua.
Se um dia me vires
Repousando por aí
Estou á toa
Sem lugar para pousar
Ou, local para ir.
Preciso estar livre para ser feliz..
Tenho alma de artista.
Dispo-me do material
Sirvo-me do irreal para criar...
Sou só alma quando, me ponho a cantar.
Minha música atravessa o tempo
Só estou aqui só para cantar, e embelezar o mundo e, fazê-los sonhar!