Senhor nosso povo está em guerra
Senhor ouve o chorar dessa terra
Vivemos por nossa fé, nossa fé, nosso forte
Pra permanecer de pé e poder enganar a morte
É pela falta de sorte, pela carne, pelo corte
Pelo bem que a gente entrega e o mal que eles devolvem
Genocídio não cessa por mais que o joelho dobre
Vivemos nessa espera e o ponteiro não se move
Periferia sofre sorrindo seu desespero
Nossa educação atrasa eles sempre chegam mais cedo
Biqueiras às margens e os muleke aprendendo
Necessidade chama ele observa o movimento
Sistema vem dizendo: Ele precisa ter sucesso!
Rasgando o limite do escasso pro excesso
Nossa fé tá no suor, na lágrima, na retina
No vento que seca o sangue que escorre na palestina
Pele que cicatriza cada raiar do dia
E na memória que não esquece a injustiça
Que o poder armado engatilha
Sereno chacina, não vai pela sombra
Eu sei que pelas sombras a maldade presta conta
Nas ruas, nas vielas que Deus não mais visita
Deixando essa promacia a lá policia
A fé nos policia, nos dá a direção
E o rap estourando as caixas é a nossa oração
Periferia grita pra que os céus possam ouvir
Tamo lutando de fronte pro império não cair (não cair, não cair)
Pro império não cair (não cair, não cair)
Pro império não cair (não cair, não cair)
Senhor... (oh, meu senhor)
Nosso povo está em guerra
(Que chegue aos céus o que viemos dizer)
Senhor... (olha por nós meu Deus)
Ouve o chorar dessa terra (faz nos suportar)
Fé no hino que entoamos no culto de hoje irmãos
Pelo santo no pescoço e ogum na direção
Nossa fé tá no batuque, na raiz, na melanina
Soldado em continência em cada roda de rima
Resistência que se cria, nos saraus de poesia
Cada punho que se fecha: Meu povo em supremacia
Pro império não cair
Nosso povo em supremacia
Pro império não cair
Nosso povo em supremacia
Senhor
Nosso povo está em guerra
Senhor
Ouve o chorar dessa terra