O que será de mim
Eu desconheço
Ando novamente nessa noite escura
Como um punhal na mão
Indivíduo em desmoronamento
Um caco de mundo
No sem fim do tempo
De uma interrogação
Não concluo, nem quero saber
Um outro homem que eu não deva ser
Me desnudo, porque assim me quero
Do outro lado me desconhecer
Quero ser ninguém
Nenhuma lembrança a se passar por mim
Porque que sou assim
Desse mundo só uma substância
Me ausento
Eu me remeto até o fim
Num voo aberto, sem gravidade
Por sobre a maldade
Por sobre uma grande ilusão
O tempo todo hay, o tempo todo vai
Esticado ao sol, vivo, carneado de luz
Uma insolacão
Chega de fingir alegria
Chega de dizer, estou bem
Chega do azul do dia
A noite vai tão escura e me cai tão bem