Há uma luz luzindo ao longe
Na quincha da imensidão
"Alumia" qual fogueira
O rancho desta canção
Quando uma gaita campeira
Arrocina o coração
Há uma luz de fogo-fátuo
Refletindo o encantamento
Em teus olhos que me buscam
Florescendo o sentimento
Duas estrelas perdidas
Nas várzeas do firmamento
Há uma luz que não se apaga
No horizonte sem tapumes
Nem o tempo ou a distância
Apartará os costumes
Os que tem almas de estância
Povoada de vaga-lumes
Há um luzeiro dentro em nós
Camboneando nossa essência
Este querer de raiz
Palanqueando na consciência
Vozes de gaita e guitarra
Canções de pátria e querência
Há uma luz nessas lonjuras
Namorando o corredor
Quando um verso se desgarra
No cantar de um payador
A alma vira cigarra
Nas serenatas de amor
Somente há uma luz mais bela
Que os clarões da madrugada
Por ser um coto-de-vela
Na moldura das aguadas
Nada se emparda aos luzeiros
Dos olhos da minha amada