Não há chão para pisar
Não me lembro mais deste lugar.
Aqui onde hoje passam os ônibus
Minha avó pisava ao mar.
E é por isso que estou aqui
E com força me seguro em ti
Pois não sei de onde venho.
Talvez possa até ser bom
Mas queria tanto ver
A história que o asfalto tapou.
Esta fumaça que não existia
Agora me impede de te olhar
E o progresso que suja o horizonte
Me tornou tão intolerante.
Mais uma geração se perdeu,
Isso não pode ter sido sem querer
E vimos o prédio crescer
E parados a ilha afundou
Só soubemos nos matar
As ilhas na ilha.