O Crioulo é um cavalo forte, versátil, guapo e brioso
Com vento, fica sestroso, arisco e passarinheiro
E abrindo estrada nos pasto, o retumbar dos seus cascos
Parece um bombo leguero
Cavalo feito a pincel, sua resistência é um modelo
Pra o peão changuear pelo a pelo por muitos dias de tropa
Pra apartar boi no rodeio, entre a dois, fechando ao meio
Lustrando o bico da bota
De raça feita pro homem, o Crioulo é dócil, é bravo
É amigo sem ser escravo, sua mansidão é normal
É um cavalo inteligente, parece falar com a gente
Quando se entrega ao buçal
Quando livre, escramuça com as clinas soltas ao vento
É um equestre monumento que vem ponteando a tropilha
Deixando o peão comovido com o seu galope esculpido
No pedestal da coxilha
Sua origem se confunde c'o as raias do continente
Quando um tropel de valentes levou fronteira por diante
E cada pátria que nascia moldava sua geografia
Com seu destino imigrante
Nas batalhas e conquistas, foi principal instrumento
E a força do pensamento da gauchada paisana
Desde a viagem de Colombo, ele carrega no lombo
Toda a história americana
Cavalo das Américas, cavalo das Américas
Cavalo das Américas, cavalo das Américas