Na minha alma de poeta sobra sensibilidade
Que as vezes a realidade parece fugir de mim
Me perco pelo sem fim de campos, matas e grotas
Meu canto arremeda as notas debochadas de um clarim.
Nesta viagem da memória entre o inconsciente e a razão
Tem gaita e tem violão, trova, poesia e dança;
Uma chinoca de transa que é o retrato do pecado
E o lindo mundo encantando num sorriso de criança.
É por isso eu o poeta vive no mundo d alua
No próprio sonho flutua como um taura gineteando
Vê cavalo velhaqueando basto, laço e bolhadeira
Campo, galpão e mangueira e traduz num versos cantando.
Então agradeço a deus esta sublime missão
De arrancar do coração do mais terrunho repuxo
Que canta simples, sem luxo, que expressa por onde eu ande
Meu amor pelo rio Grande e o orgulho de ser gaúcho.