Flávio Mattes / Osvaldo Flores
Milonga
Chicoca quando me olha com este olhar de mormaço
Sinto um baita descompasso no bater do coração
Descontrola minha pressão, fico todo atarantado
Caramba quanto pecado me vem na imaginação
Não é de graça chinoca que teu olhar me ataranta
Sei bem que tu não é santa e eu não seu santo enfim
Se o bom Deus nos fez assim dois orelhano de marca
Vamos cair na fuzarca pra ver o que dá no fim.
Se acaso tu quiseres aceitar o meu convite
Não vá atraz de palpite, conselhos ou opiniões,
Até a própria razão procure deixar de fora
Já que lê sempre ignora as transas do coração
E se alguém nos criticar não de bola pra fofoca
Existe muita maroca impertinente rabugenta
Que pra nos bancar a descente nos relega o submundo
Mais no fundo bem no fundo morre de inveja da gente.
Por isso chinoca linda vamos seguir aos instintos
Bem longe dos labirintos da senda educacional
Que ao alo largo sem segredo, sem mistério
No rol dos viventes sérios surgirá mais um casal.