Eu venho vindo tocando boiada
De muito longe, de outras pousada
Todo vermeio da poeira da estrada
De passo a passo na minha jornada
Chego no rancho estendo o baixeiro
Durmo sonhando na grama orvaiada
Com a cabocla que ficou distante
Meu coração eu deixei com a malvada
O galo canta, eu faço a retirada
Toco o berrante, reúno a boiada
Som do berrante naquela baixada
Acorda os campeiro daquelas parada
O meu destino é ser boiadeiro
Acostumei na lida pesada
Sinto contente no lombo de burro
Cortando o chão e as longas quebrada
Vivo no mundo sem pensar em nada
Não tenho dono e não tenho morada
A minha vida é bem desprezada
Felicidade ficou afastada
Só por um rosto que eu fui prisioneiro
Já faz dois anos que eu trago guardada
A minha mágoa não será esquecida
Despacho ela tocando boiada
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)