Onde vais de vestidinho e de cintura cingida
Deixas no ar, a quem passa, aquela esperança pequena
Ninguém sabe o teu caminho, quem te vai casar despida
Mas é tanta a tua graça que só isso vale a pena
Os teus olhos, precipícios
Onde eu caio de manhã
Lá longe, o mestre Vinicíus
Caiu pela tua irmã
Maria, Maria da Mouraria
Quem vai levar um dia
O teu peito a navegar
Maria da Mouraria
Não dás amor a ninguém
És nossa e ninguém te tem
Foste feita para sonhar
Maria da Mouraria
Tens tanta graça ao passar
Vais da pena dum poeta à voz louca de um cantor
Dás a volta ao mundo inteiro nessa beleza sem fim
És um coração com seta, que não dói nem faz ardor
És um amor sem carteiro e eu gosto de ti, assim