As ondas que correm no ventre do mar
No ventre das coisas que sabes de cor
São ondas profundas, profundo o olhar
Que trazes contigo e comigo na dor
Os versos que correm no ventre da vida
No ventre de tudo o que te faz ficar
São rimas de amor, não têm saída
São como as palavras que não sei cantar
As folhas que caiem no cais do Outono
No porto de abrigo das nossas esperanças
Acordam o medo do nosso abandono
Que não sejam breves as nossas lembranças
Que não seja tudo apenas poesia
Apenas um sonho no ventre do mar
E que a vida seja um dia após dia
Para todos os dias sabermos amar.