Deus, eu quero ver aquele moço
Bem mais perto de mim
Teus olhos tem um verde
Bem mais verde do que o verde capim
Quando eu lhe vejo
Até pareço um beija-flor de manhã
Sobrevoando os campos
Pra beijar a doce flor da maçã
Deus, por esse moço eu me arrasto
Feito cobra no chão
Escondo meu veneno e me entrego
Com amor e paixão
Sem ele eu me perco
Fico feito sabiá sem laranjeira
Sem ele sou bom dia de ressaca
Em dia de segunda-feira
Sem ele sou alguém pela metade
Sou um grito de saudade
Sufocado e sem razão, sem ele
Sem ele, eu me sinto uma cidade
Destruída na maldade
Pela força de um vulcão
Com ele posso ser um colibri
Canarinho ou bem-te-vi
Preso ou livre mundo afora
Com ele sou visita inesperada
Que não tem hora marcada
E nem pressa de ir embora.