(letra JP Simões, música Sérgio Costa)
Todo o dia e sem parar, ele ouvia uma mesma voz que dizia: “Foge para o mar! Aqui estão todos sós!”. Quando a peste da solidão se abateu sobre o seu olhar, recusou e disse que não: que era o medo de amar. E fugiu, voltou para casa sem um pio, sem um som, engoliu a madrugada e dormiu, e sonhou, já o dia gritava: “Vem, vem! E gasta essa esperança, seu filho da mãe! Esquece essa coisa do mal e do bem! E gasta-te todo e a tudo o que tens!”. E acordou, acordou sem cedo ou tarde: murmurou, tropeçou, pela casa, pelo carro, e avançou pelo cais, já as águas chamavam: “Vem, vem! E gasta essa esperança seu filho da mãe! Esquece essa coisa do mal e do bem! E gasta-te todo e a tudo o que tens!”.