(letra JP Simões, música JP Simões e Sérgio Costa)
Ela chegou tão aflita e ele pensou: como é bonita! Chorou, pedindo “Por favor, ajude-me, meu bom senhor!”. Sem hesitar, ele levou-a para o apartamento e ela contou-lhe em pormenor o tormento das máfias da emigração que matam sem compaixão. Ficaram lá por casa, ele era um jovem só e ela começou a fazer pão-de-ló. Certa noite, a gratidão desenfreou-os pelo chão. Aleluia: É a flor da vida, é a missão do mundo, a arte do encontro. Dizem que Deus quando fecha uma porta abre uma janela: dizem, com um sorriso, que fica no nono piso. E os mistérios do amor, os encontros, desencontros, não são mais que o torpor que vive nos sonhos dos tontos. Ele pensou: que grande sorte! Caiu do céu paixão tão forte! Sorriu no fim do expediente, foi ter com a sua adolescente. Mas, sem hesitar, ela levou tudo o que pôde levar e ele encontrou um bilhetinho no chão “Muito obrigado pela sua compreensão”.