Sem a sombra que projeta à hora certa
O espaço de luz em que me exponho
Sem a voz com que a noite me desperta
Insónia em que renovo cada sonho
No espaço de luz em que me exponho
Sem os limites a que me condeno
Na busca ilimitada de infinito
Sem a grande verdade com que enceno
A única mentira em que acredito
Na busca ilimitada de infinito
Sem a dor partilhada com que enfrento
A solidão que me invade e desagrega
Sem essa perdição que é o momento
Da impune violência da entrega
Na solidão que me invade e desagrega
Dispersa por sentidos sem razão
Minha aalma é um fantasma adormecido
E o corpo, repousado à exaustão
Disperso, por razões, perde o sentido